domingo, 17 de fevereiro de 2013

poepizza

stopare
bigrande-bigrande
shoppingaleria

Poepizza não é poesia, nem muito menos pizza, não é também uma estética linguística como o Poetrix, mas tem muito haver com esse movimento minimalista. Deve ser entendido como chá de boldo para os rodízios de pizza, não como nenhum protesto ao exagero de Itu.
Se há essência de um povo que cultuava o silêncio, pudemos falar sobre hai-kai, hai- kai bola de canhão. Poepizza tem muito mais haver com um povo que tenta navegar o muito com pouco, que corre na orla a pé e têm quatro carros na garagem.
O minimalismo se distancia cada vez mais da sua ancestralidade, mas ele resinificado  é o que mais flutua ao anseio poético dessa "maré líquida", o prolixo é então um Titanic, principalmente para quem lê um blog como este.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pedreijar

triscaromar
riscaromar
iscaromar
scaromar
caromar
aromar
romar
 omar
 mar


Um menino jogava pedras ao mar. Cada pedra era uma pequena explosão, formava um semicírculo vertical no ato do trisco, e em seguida círculos sequências na horizontal. A explosão do trisco se aparenta a uma rosa aberta, pensei em imediato nas mãos de Iemanjá, descobri a prova de que ela acolhe seus presentes. Não como um ato de violência de quem atira uma pedra, mas como um semear do mar, pensei na palavra "pedreijar" como se estivesse acrescentado a pedra e o ejacular.
Para quem não entendeu da ontologia de um baque ao mar destas palavras, recomendo a experiência de jogar uma pedra pesada ao mar, e ver como aquilo é tão cheio de significados.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

paralela na rua
ela quase nua
travestida de lua

Para Paulete, filha de todos Éxus, que não se contenta com um único caminho para a verdade, afinal são sete caminhos e várias encruzilhadas que se chega até lá. Ela que as doze horas da noite, depois de cinco taças de vinho, rodopia e chega forte como um cavalo no coração de três rapazes.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Do vento que não leva
                                  invente
ou lave que é mal
estenda ao varal
                                  entenda
o vento que é leve
Estação lamacenta
no sêmen da real flor
de entender se em si


Uma das atribuições misteriosas de Nanã, orixá que rege o manguezal, é o segredo de dar a vida, não como um sopro mágico, mas como uma alquimia divina de transformar o metal mais banal em ouro. O  segredo vêm do podre, de ejacular o sêmen pelo mesmo órgão que secreta a imundice. A lama é uma cama para as funções vitais da criação, acompanhado do amigo tão íntimo de Nanã, o Tempo. A verdade é, vêm do tempo e não do belo, das vaidades que tanto corrompem, esta longe de ser também masturbação em frente ao espelho prateado. A acanhada flor que brota da lama, deverá ser a sublime flor, porque é verossímil a grandeza de uma tempestade, será mais prazeroso que o sexo com a pessoa amada.