domingo, 14 de abril de 2013

No mar mergulhou ao nada, restando só a dor
o grande nadador.
Do céu, ofereceu me a primeira explicação do
amortecedor azul.

Esse medo que tenho do mar é a voz vinda do meu pai. Não da sua morte, mas da existência do cabelo guardado no mar, que ainda espuma seu shampoo na onda quebrada e que dói os ouvidos, sentado na praia, afogando-se em mim mesmo e pedindo socorro a minha mãe.

No dia em que meu pai mergulhou do azul oceano pro azul celeste,  subi no pé de araçá e disse saborear aquela fruta plantada ali mesmo no quintal, falei das minhas pretensões de ver o mar todos os dias, mas desde lá tenho só medo da cor azul.

Para meu Pai. 


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